Lembrando Alice Coltrane, desaparecida há um mês. Universal Consciousness, de 1971, com Alice Coltrane (harpa, órgão e arranjos); John Blair, Joan Kalisch, Julius Brand, Leroy Jenkins e Jimmy Garrison (cordas); Tulsi, Rashied Ali, Clifford Jarvis e Jack DeJohnette (bateria e percussão). Curiosa mistura de cordas, órgão, harpa e percussões várias. Nada de voz, sopros ou piano. Esteticamente, são notórias e marcantes as influências da espiritualidade oriental, as quais, transpostas para a música, evidenciam códigos de linguagem muito para além do jazz. Universal Consciousness foi um dos primeiros que ouvi de Alice, daqueles que agarra logo à primeira e nunca mais nos larga, década após década. Na altura, abriu-me os horizontes, que até então se confinavam ao pop/rock da época e a pouco mais. As notas ao disco falam da transcrição musical de alguns temas feita por Ornette Coleman. Está bem, mas isso é completamente secundário. Fosse ele ou outro, a tarefa por certo não acrescentaria ou retiraria valor ao produto.