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23.1.07
 

Trinta e seis anos medeiam entre a primeira aventura discográfica da Globe Unity Orchestra, uma big band de música livremente improvisada, dirigida por Alexander von Schlippenbach, e a mais próxima, Globe Unity Orchestra 2002, editada pela suiça Intakt Records, em 2003.
Muita coisa mudou entretanto, quer ao nível dos processos criativos, quer do enquadramento sócio‑político que marcou o espaço entre as duas edições. De 1966 a 1986, altura em que, simultaneamente se comemoram os 20 anos desta instituição da free music, e os 20 anos de existência da editora alemã FMP, de que Schlippenbach é co-fundador, a Orchestra trabalhou regularmente sem percalços de maior. A partir de 1986 sobreveio um longo hiato até à tão aguardada reunião em 2002, para um concerto ao vivo na Alemanha.
Comparando episódios, nota-se que a Globe Unity de hoje é mais controlada; ossos da veterania dos seus membros reincidentes, Manfred Schoof, Peter Brötzmann, Paul Rutherford, Evan Parker e Paul Lovens, aos quais se somam os estreantes – no que à GUO diz respeito, bem entendido – Ernst-Ludwig Petrowsky, Johannes Bauer e Paul Lytton.
Fiel à estratégia de sempre, Schlippenbach não fornece qualquer base escrita, regras ou sinalética específica para a criação musical. Tudo se passa segundo a velha regra da livre-improvisação Europeia, em que os músicos reagem colectiva e individualmente aos estímulos que se vão sucedendo no tempo e no espaço.
Simples acordes de piano iniciais são o mote para tudo o que de muito relevante se passa durante 74 minutos, com Schlippenbach a manter o controlo sobre as operações, mesmo quando Brötzmann ameaça fazer o comboio saltar dos carris. Uma jornada de cortar a respiração, tão intensa que deve ser fruída por partes e em audições repetidas, para se poder apreender toda a riqueza do pormenor. Radical como sempre foi, a Globe Unity Orchestra sopra um vento abrasador. Gravação ao vivo, de 19 de Janeiro de 2002, em Aachen, Alemanha.

Alexander von Schlippenbach, piano; Manfred Schoof, trompete, fliscórnio; Peter Brötzmann, sax tenor, tarogato; Evan Parker, saxes soprano e tenor; Ernst-Ludwig Petrowsky, sax alto; Paul Rutherford, trombone; Johannes Bauer, trombone; Paul Lovens, bateria; Paul Lytton, bateria.

 


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