O afro-futurismo está na ordem do dia, seja na criação artística seja na comunidade académica e científica. Esta última propõe-se analisar a diáspora africana à luz da matriz cultural de confluência de vários elementos culturais, na qual convivem o rudimentar e o tecnológico, o ético e o estético. Todos os caminhos partem de ou passam por Sun Ra, pela sua mitologia e cosmologia interplanetária. É isso que os organizadores do Simpósio “Traveling the Spaceways: The Astro Black and Other Solar Myths” pretendem estudar e debater durante dois dias, 11 e 12 de Novembro, tendo por objectivo compreender o impacto do afro-futurismo na cultura urbana de hoje, em particular na América. Painéis de discussão, concertos e outras actividades correlativas preencherão por inteiro os dois dias de trabalhos, com um programa ambicioso que inclui comunicações como “Aesthetics of Postwar Chicago and The Sun Ra Diaspora: Art After Ra", a participação do biógrafo de Sun Ra, John Szwed, da Universidade de Yale; do discógrafo de Ra, Robert Campbell, da Clemson University; do crítico e jornalista britânico, autor de “Blutopia”, Graham Lock. Serão expostos originais de composições de Sun Ra recentemente descobertos. Não faltará música de Sun Ra, tocada pelo Fred Lonberg-Holm Trio, pela flautista de Chicago, Nicole Mitchell, e por um grupo formado por Ken Vandermark propositadamente para actuar no Simpósio, que terá lugar no Hyde Park Art Center, em Chicago.